A escola é o locus da construção do saber. Certo? O professor é o instrutor por excelência. Será? Se for isso que se espera da escola e do professor talvez esteja esperando errado.
Cortelazzo, em suas reflexões sobre Pedagogia e as novas tecnologias, define tecnologia como “a aplicação de um conhecimento científico ou técnico, de um ‘saber como fazer’, de métodos e materiais para a solução de um dado problema”. E define Tecnologia de informação como sendo o que:
“designa toda forma de gerar, armazenar, processar e reproduzir a informação. Exemplos de suportes de armazenamento de informações são o: papel, os arquivos, os fichários, as fitas magnéticas, os discos óticos. Dispositivos que permitem o seu processamento são os computadores e os robôs, e exemplos de aparelhos que possibilitam a sua reprodução são a máquina de fotocopiar, o retroprojetor, o projetor de slides. Tecnologia de Comunicação designa toda forma de veicular informação. (Cortelazzo, 2006)
Os diversos tipos de mídia se misturam e formam novos ambientes de trabalho e lazer, enfim criam uma nova realidade, que está disponível a quem dela necessitar.
Falar das novas tecnologias e seu uso em sala de aula ou em ambientes de aprendizagem de modo geral leva a reflexão de quanto o ser humano evoluiu ao longo da sua trajetória. Até o mais rudimentar artefato utilizado pelos nossos antepassados pode ser considerado um alicerce para a chegada no maravilhoso mundo de desenvolvimento tecnológico que temos hoje.
A tecnologia está presente nas tarefas mais simples do dia a dia, mesmo nas que não são perceptíveis. Já em 1969 McLuhan previu que a evolução das tecnologias modernas traria várias consequências à educação. A linguagem do rádio, televisão, revistas, internet permeiam a sociedade contemporânea, mas a escola ainda opera com linguagem escrita. Não é por menos que muitos dos indivíduos ainda se encontrem alijados do mundo tecnológico.
É necessário, porém, que se estabeleçam limites que definam a questão do uso correto das TICs. Não se trata, de substituir a intervenção do professor/a, mas de servir de base para que os diferentes recursos tecnológicos seja alicerçado o conhecimento. Quanto a isso, Cortelazzo, que afirma que:
Os professores devem trabalhar com seus alunos não só para ajudá-los a desenvolverem habilidades, procedimentos, estratégias para coletar e selecionar informações, mas, sobretudo, para ajudá-los a desenvolverem conceitos. Conceitos que serão a base para a construção de seu conhecimento. (CORTELAZZO, 2006)
A escola provedora de informação já não responde à demanda da nova sociedade. A escola para a sociedade da informação é a que desperta nos alunos e alunas os mecanismos necessários para lidar com o imenso volume de informações a que são diariamente submetidos. Acesso a conteúdo os alunos/as têm. Cabe à escola desenvolver o desejo no aluno de querer ter essas informações e poder transformá-las em conhecimento.
Perde sentido o discurso de fatalismo de muitos professores que diz que os alunos “não têm interesse em aprender” Talvez não tenham interesse na maneira como os conteúdos são repassados. Esse anacronismo resume o descompasso educacional. Tudo mudou, mas a escola insiste em ser a mesma.
Tais questionamentos raramente estão presentes na escola pública brasileira, em que, segundo Vitor Paro:
Os professores, ainda influenciados pela ideologia liberal burguesa (…), continuam buscando, para as atuais camadas sociais usuárias da escola pública, a mesma meta de ingressar na universidade, que era objetivo da escola pública de três ou quatro décadas atrás. Mas a população escolar mudou, e as crianças e adolescente que frequentam hoje a escola pública já não trazem o background dos estudantes da antiga escoa pública ou da atual escola privada. Junta-se a isso a consideração das precárias condições de funcionamento das escola mantidas pelo Estado e se terá o quadro de ineficácia das mesma diante de suas obrigações sociais. (PARO, 2007).
A inquietude é uma característica do sujeito pós-moderno e isso deve ser aproveitado pela escola para que o aluno queira buscar informações e construir o conhecimento. Antes de tudo, a postura do professor deve ter um quê de inquietude, que possa instigar a busca pelo novo.
Hamilton Werneck fala em suas palestras sobre o crime pedagógico, o pedagocídio, que segundo ele, é um crime perfeito, pois não se encontra o culpado. De fato, sabemos que não se pode atribuir aos professores as razões pela educação andar como está. Muito menos à família ou ao aluno/a. As razões são mais profundas e são tantas, quantos forem os problemas.
Perde sentido o discurso de fatalismo de muitos professores que diz que os alunos “não têm interesse em aprender” Talvez não tenham interesse na maneira como os conteúdos são repassados. Esse anacronismo resume o descompasso educacional. Tudo mudou, mas a escola insiste em ser a mesma.
Tais questionamentos raramente estão presentes na escola pública brasileira, em que, segundo Vitor Paro:
Os professores, ainda influenciados pela ideologia liberal burguesa (…), continuam buscando, para as atuais camadas sociais usuárias da escola pública, a mesma meta de ingressar na universidade, que era objetivo da escola pública de três ou quatro décadas atrás. Mas a população escolar mudou, e as crianças e adolescente que frequentam hoje a escola pública já não trazem o background dos estudantes da antiga escoa pública ou da atual escola privada. Junta-se a isso a consideração das precárias condições de funcionamento das escola mantidas pelo Estado e se terá o quadro de ineficácia das mesma diante de suas obrigações sociais. (PARO, 2007).
A inquietude é uma característica do sujeito pós-moderno e isso deve ser aproveitado pela escola para que o aluno queira buscar informações e construir o conhecimento. Antes de tudo, a postura do professor deve ter um quê de inquietude, que possa instigar a busca pelo novo.
Hamilton Werneck fala em suas palestras sobre o crime pedagógico, o pedagocídio, que segundo ele, é um crime perfeito, pois não se encontra o culpado. De fato, sabemos que não se pode atribuir aos professores as razões pela educação andar como está. Muito menos à família ou ao aluno/a. As razões são mais profundas e são tantas, quantos forem os problemas.
Segundo Perrenoud (1999), o professor/a precisa dominar nove competências para intervir pedagogicamente neste novo contexto. Precisa: 1) Gerenciar a classe como uma comunidade educativa; 2) Organizar o trabalho no meio dos mais vastos espaços-tempos de formação (ciclos, projetos da escola); 3) Cooperar com os colegas, os pais e outros adultos; 4) Conceber e dar vida a dispositivos pedagógicos complexos; 5) Suscitar e animar as etapas de um projeto como modo de trabalho regular; 6) Identificar e modificar aquilo que dá sentido aos saberes e às atividades escolares; 7) Criar e gerenciar situações-problema, identificar os obstáculos, analisar e reordenar as tarefas; 8) Observar os alunos nos trabalhos; 9) Avaliar as competências em construção nos alunos.
O educador da escola nova, da escola para a sociedade pós-moderna que vivemos, precisa estar em constante mudança, deve estar pronto converter as necessidades dos alunos/as em saber.
A informação está na internet, na televisão, nas revistas, no celular, com todo o dinamismo e rapidez. Nosso papel como educares/as é criar meios para que o aluno/a consiga distinguir os conhecimentos relevantes, analisar e criticar os conteúdos disponíveis.
O mundo mudou, a escola precisa mudar, e o professor/a precisa fazer parte dessa mudança.
REFERÊNCIA:
CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo, ROMANOWSKI, Joana Paulin. Pesquisa e Prática Profissional – Materiais Didáticos. Curitiba: IBPEX, 2006.
Perrenoud. P. Construir as Competências desde a Escola, Porto Alegre, Artmed Editora.1999